terça-feira, 20 de outubro de 2009

Iracúndia (Parte 3)



... Conseqüência: rancor e ressentimento de sua filha que não pode perceber nenhuma fagulha do amor materno escondido sob a violenta Mascara da Ira aposta no rosto daquela estranha mulher, naquele momento, desconhecida: a sua própria mãe.

O QUE SERÁ A IRA?

Será que a ira é algo ruim, proibido por Deus? Será que é realmente um pecado? Será que não existem situações em que temos razão em nos irar? Quais serão as conseqüências de nossa ira? Afinal de contas, será que nós, homens e mulheres de carne e osso, temos dentro de nós capacidade para não nos irarmos?

UM CAMINHO PERIGOSO.

Externada em acessos de raiva e agressão, que vemos comumente nestes dias, a ira é o DESEJO desenfreado de promover, ou de ver ocorrer, DANOS à integridade ou à vida de outrem. Ocorre quando consciente ou inconscientemente desejamos que a pessoa, contra quem nos iramos, desapareça, sofra alguma coisa, ou mesmo morra.

Não é à toa que Jesus, o Filho de Deus, o homem mais sábio de todos os tempos, o próprio Deus que se fez homem e habitou entre nós, nos alertou, no famoso Sermão da Montanha: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo, que qualquer que, SEM MOTIVO, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que disser a seu irmão “você não vale nada” será réu de Sinédrio, e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” Mt 5:22.

Jesus está dimensionando o “irar-se” e o “HOMICÍDIO” num mesmo plano ontológico (teoria natural do ser), num mesmo nível de maldade, e num mesmo raciocínio no que concerne às conseqüências do pecado. Ou seja, com essa declaração, nosso Deus está afirmando que “irar-se SEM MOTIVO” é pecado do mesmo modo que matar alguém; que por ser pecado, “irar-se sem motivo” é mal aos olhos de Deus, da mesma forma que o homicídio; e que irar-se, sendo pecado, tem por conseqüência a morte eterna, da mesma forma que o homicídio.

Vendo por esse aspecto a ira não é algo tão inocente e irrelevante quanto a gente pensa. Não é mesmo? É na verdade um caminho muito perigoso.

NÃO VAMOS CONFUNDIR...

Mas há situações em que podemos, ou mesmo devemos, nos irar. A ira é devida quando o motivo é justo. Quando nos indignamos contra os vícios da injustiça, da desobediência a Deus e do pecado. Jesus mesmo se irou, vide João 2. 13-18. A bíblia diz que Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias (Salmo 7.11); que a ira de Deus se manifesta sobre toda a impiedade e injustiça dos homens (Romanos 1:18).

Devemos ter essa ira, pois esse tipo de ira, necessária em determinadas situações, leva a pessoa a agir em favor da verdade, do amor e da justiça.

CONSEQÜÊNCIAS NOS RELACIONAMENTOS

A ira desmotivada, incontida, e geralmente com fundamentos egoístas, distancia as pessoas, atua no sentido contrário ao do vínculo do amor, destrói lares, separa casais, põe pai contra filho, filho contra pai, inviabiliza o perdão, cega as soluções, amplia os problemas, e gera ressentimento sobre ressentimento, mágoa sobre mágoa.

Quer confirmar? Leia os seguintes textos de provérbios: Pv 14:29; Pv 15:18; Pv 16:32; Pv 22:24,25; Pv 29:22.

CONSEQÜÊNCIAS À SAÚDE

A sociedade atual resolveu esconder a ira sob um nome da moda. “Eu não me iro mais, eu me estresso.” Então agora somos um monte de estressados gritando para todos os lados, agindo ensandecidamente uns com os outros? Mas isso é algo natural, respondem os povos, pois o estresse é somente uma doença e, como tal, sua origem é orgânica, atualmente involuntária e até inevitável, nesse mundo globalizado em que vivemos!

Talvez se as pessoas encontrassem o remédio do amor para curar sua ira, não estariam enfermando o corpo e destruindo-se a si mesmos.

É sabido de todos atualmente que os iracundos têm maiores probabilidades de desenvolver problemas cardíacos e vasculares (como infartos e derrames), dentre tantos outros desvios patológicos.

“Num estudo publicado no Internacional Journal of Psychosomatics, em 1990, foram identificadas as conseqüências fisiológicas do estresse profissional em três áreas: manifestações cardiovasculares (incluindo arritmias, taquicardia e hipertensão); mudanças biológicas (níveis anormais de ácido úrico, açúcar no sangue, substâncias esteróides e hormônios, especialmente cortisol, colesterol e catecolamina) e problemas intestinais (principalmente úlcera péptica). Além das implicações fisiológicas, os problemas emocionais incluem alcoolismo, tabagismo, o uso de drogas, ansiedade, depressão e doenças psicóticas, só para citar alguns. Os riscos de acidente no trabalho também aumentam.” (http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/alegria/estresse/consequencias.htm).

CONSEQÜÊNCIAS ESPIRITUAIS

A ira sem motivo é pecado e como tal constitui-se uma afronta ao coração de DEUS. A Bíblia diz que todos pecamos e destituídos estamos da glória de Deus (Romanos 3:23). Que o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). E pior: diz ainda que não há nada que possamos fazer para mudar o terrível destino que nos aguarda. Não há obra de qualquer natureza, realizada por nossas mãos, que nos garanta sermos dispensados dessa destinação (vide Efésios 2:8,9, especialmente o 9).

Temos que passar a encarar a ira como algo sério espiritualmente também. Não podemos tratá-la como simples estresse: “dorme que passa”. Devemos lutar para reprimi-la a todo custo. É doloroso lutar contra o pecado, eu sei, mas é pior ainda entristecer o coração de Deus.

FIQUEI IRADO, E AGORA? CALMA! HÁ UM CAMINHO.

A Bíblia é clara ao alertar ao homem para que busque o caminho do arrependimento, que creia de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento, que o Senhor Jesus, ao vir ao mundo, foi elevado num madeiro, tendo seu corpo totalmente moído por uma terrível morte, para que tenhamos salvação. Que Ele entregou sua vida preciosa, divina, para salvar a alma perdida que tiver fé. Ao ressuscitar, Jesus mostrou que tem poder para nos salvar de todo mal.

Não há nada que possamos fazer para apagar o mal que fizemos. Todo erro será compensado com a morte, na tomada de contas final.

Ou morreremos eternamente nas brasas crepitantes do inferno, ou receberemos a redenção dada por Jesus por meio da fé. O qual, morrendo, tomou para si os pecados daqueles que crêem e entregam sua vida a Ele, recebendo sobre si toda a porção da punição que seria certamente açoitada sobre todos indistintamente.

Jesus já fez tudo para trazer salvação ao homem, sendo Ele o único caminho. Cabe a nós aceitar esse presente, renunciando à escravidão do pecado e entregando nossas vidas nas mãos d’Ele, para a glória d’Ele. Há uma esperança para você e para mim.

Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, mandou-nos seu Filho para morte de cruz em nosso lugar, a fim de que todo aquele que n’Ele crer, não pereça mas tenha a vida eterna! Deus resolveu nosso problema. Tenha fé, entregue sua vida a Jesus, confie n’Ele, e sinta-se revestido do perdão de Deus, que nos livra de todo mal, e nos leva ao seu reino de PAZ.

NÃO DEIXE DE LER...

Romanos 5:8;

Efésios 2.1-9;

João 3:16.

PS: É possível, para nós, controlarmos nossa ira. Ao percebermos a inutilidade do irascividade irrefreada, podemos buscar desenvolver o autocontrole. Se você não consegue controlar-se ante uma situação extrema, ou mesmo nos casos mais simples, peça a Deus sabedoria, que nos dá de presente sem economias se pedirmos. Pois a vontade de Deus é que resistamos à ira, e sejamos longânimos, ou seja, tardios em nos irarmos.

Glossário: irascividade: não se pode dominar a própria ira.

Postagem feita por Cláudio

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