MINUTOS ANTES: Luiza equilibrava-se, escalando o guarda-roupa de sua mãe, desejando recuperar uma bateria que tornaria falante a boneca que recebeu pela manhã, hoje, 12 de outubro, famoso dia das crianças. Sem temer o resvalar de seu pé, esticou todo o seu corpo, com o braço erguido, as pontas dos dedos já se encostando à alça da bandeja onde os copos repousavam desde que foram recebidos pela mãe. Com mais um esforço, esticou-se um pouco mais, já segurando a alça com a mão inteira. Puxou-a e seguiu-se o estrago: Havia acabado de destruir a coleção de copos de cristal recebida como presente de casamento de sua mãe há vinte anos. A menina quase pode acompanhar com seus olhos o movimento serelepe dos copos saltitando por sobre a sua mão, rodopiando no ar, e estilhaçando-se quando do encontro com o chão.
Na tentativa inútil de salvá-los, Luiza soltou seu braço esquerdo direcionando-o na direção deles, porém, sem as mãos para segurar-se, apenas não sofreu uma queda certamente mortal porque a cama, que lhe estava próxima, suportou o peso de boa parte da fração superior do corpo da menina, que apenas tocou o chão com seus pés.
Assustada, a menina soltou gritos e murmúrios envoltos no intenso choro que lhe brotava dos olhos. Foram apenas alguns segundos de solidão, pois sua mãe que estava na cozinha atravessou o pequeno corredor do apartamento aos pulos, encontrando a cena inteira e passando menos tempo ainda para compreender o ocorrido.
A menina, que a princípio gritava do susto, passou a urrar de dor, ao ter sua orelha quase arrancada pela sua mãe, que a levantou da cama, por meio desse suporte inusitado. Os gritos da menina misturavam-se a toda sorte de insultos interpostos por sua mãe contra ela.
Enquanto era arrastada pela mãe por meio de sua orelha, ainda tonta pela queda, Luiza tropeçou em um sapato aparando-se do chão com suas mãos e joelhos. Com o pé mesmo, Sandra deu um empurrão em sua filha pelas costas, que acabou caindo no corredor.
Foi então que atuaram a corda de armar redes e o saleiro.
A mãe ensandecida e dominada ira como agente de uma violenta agressão verbal e física. A menina agora, além da dor lancinante, via-se envolta em sentimentos de rancor e ressentimento, sentindo ódio de sua mãe incompreensiva, ódio de morrer, ódio de matar.
Ódio...??
Por que não?...
... Ira!
Postagem feita por Cláudio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, a paz do senhor
ResponderExcluirEstou seguindo vocês, e espero vcs no meu
xau gente
abraço aew
O Blog de vcs tá show!