sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Preguiça (Parte 2)




Para nós, cristãos, a Palavra de Deus é fascinante por vários aspectos. Um dos pontos que mais fascina é o fato de ter sido escrita por quase 50 pessoas, muitas delas com diferenças de cultura, educação, origem e de tempo. E, mesmo assim, é possível encontrar coerência em todos os seus pontos. Causa-nos deslumbramento vermos palavras de Jesus presentes nos Salmos, por exemplo. Muito embora vários homens a tenham escrito, o seu Autor é um só.

Esse ramo da ciência estuda o comportamento social encontrado em várias espécies de animais, vertebrados e invertebrados. É consenso, e muito bem estabelecido, que a convivência gregária é vantajosa para a adaptação dos seres ao meio ambiente em que vivem. Isso é aplicado desde o estudo de formigas, abelhas e vespas, até estudos de psicologia humana. Na verdade, só por causa dessa definição já teríamos muito o que comentar à luz da Bíblia.

Mas vamos tentar imaginar um pouco no que Salomão estava pensando quando escreveu isso. Certamente ele foi um grande observador da natureza. Se você ler tanto Provérbios quanto Cantares vai perceber que os animais e os vegetais são colocados em comparação a nós de uma forma muito poética ou analítica.

No caso das formigas, muitos de nós já viram esses animais carregando pedaços de folhas para dentro do formigueiro. Interessante é o fato que elas não se alimentam das folhas, mas dos fungos que crescem sobre elas para decompô-las. Assim, se elas não colherem essas folhas no verão, no outono, quando as folhas caem e morrem, elas vão ficar sem alimento. Em segundo lugar, apesar do formigueiro estar cheio elas continuam levando as folhas para manter os estoques sempre em alta.

Num formigueiro ainda, encontramos formigas com várias funções: formigas-soldado, cortadeiras, carregadoras, as que vigiam os ovos, as que protegem a rainha e a própria rainha. O mais fantástico de tudo é que cada formiga dessas desempenha a sua função e não interfere na atividade da outra. Ou seja, existe uma interdependência e uma “confiança” na formiga que vai desempenhar a sua função. Nesse sentido, se sou uma cortadeira, posso fazer meu serviço sem me preocupar em me defender, pois uma soldado estará próxima de mim para me proteger. Poderíamos identificar nas pessoas de uma igreja o cristão-pastor, cristão-músico, cristão-intercessor, entre outros.

Se transportarmos isso para nós, como fez Salomão, veremos que temos muito a aprender com esses animais. Em primeiro lugar aprendendo que existe uma hierarquia a ser respeitada. Existe uma rainha que comanda e mantém o formigueiro. Essa rainha é a responsável pela reprodução e deposição de ovos para novas formigas nascerem. Na minha vida não sou eu quem manda. Existe Alguém que me é superior, ao qual devo reverência e para o qual vou prestar contas.

Nas nossas igrejas locais também tem hierarquia. Deus colocou homens que Ele mesmo tem preparado para nos comandar e nos levar a “pastos bem verdejantes” (Salmo 23:2). Nossos líderes foram colocados por Deus e devemos orar por eles, pois o trabalho deles visa o “aperfeiçoamento dos santos” (Efésios 4:11-12).

Outro ponto a ser destacado é que cada um de nós no reino de Deus, individualmente, tem sua função (1 Coríntios 12:12-27). Se não fui colocado por Deus para ministrar louvor, mas para distribuir os elementos da Ceia, vou distribuí-los com o maior espírito de louvor. Se Deus não me dotou de uma boa memória, como poderei ser um bom pregador? Ao contrário disso, sou um excelente intercessor, então vou anotar os pedidos das pessoas e orar para Deus abençoá-las.

Tenho plena convicção que muitos dos problemas que a igreja evangélica no Brasil está passando seriam evitados se atentássemos para as formigas. Se nos alimentássemos da Palavra de Deus constantemente, teríamos reservas para momentos de tentação e de desertos na nossa vida. Se ficássemos desenvolvendo o dom que Deus nos deu, ao invés de ficar procurando “pêlo em ovo”, poderíamos estar num momento mais firme, mais teológico, mais saudável espiritualmente. Se eu ajudasse mais meus irmãos na minha igreja local, talvez cresceríamos mais no conhecimento de Jesus (2 Pedro 3:18), talvez aprendêssemos mais da Palavra de Deus, talvez mais incrédulos fossem alcançados.

Se realmente nos preocupássemos com o corpo de Cristo, não deixaríamos os cristãos-missionários à míngua no campo missionário. Se realmente vivêssemos na realidade do corpo de Cristo, nossas famílias seriam melhor assistidas, órfãos e viúvas seriam melhor acolhidos. Minha palavra final é: deixemos a preguiça de lado, sigamos o exemplo das formigas, trabalhemos para o corpo e não para membros individuais.

Postagem feita por Wellington

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